Trump celebra que jogadores do Super Bowl não protestaram contra o racismo.
06/02/2018
Fonte: Espn
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se vangloriou na segunda-feira de que jogadores que no dia anterior disputaram o Super Bowl, a decisão do futebol americano, não protestaram contra o racismo no país, como fizeram várias vezes no ano passado, algo que ele classificou de antipatriótico.

"Somos uma equipe, um povo e uma família, e saudamos uma grande bandeira americana, e todos ficaram de pé ontem", disse Trump, durante uma visita a uma fábrica em Cincinnati, em Ohio.

"Não houve ninguém ajoelhado no início do Super Bowl. Melhoramos muito. Isso é uma ótima melhoria e foi um bom jogo", afirmou.

Durante o ano passado, Trump atacou os jogadores que se ajoelharam durante o hino antes do início das partidas, como protesto contra a injustiça racial nos Estados Unidos, e assegurou que deveriam ser demitidos por não mostrarem o devido respeito.

As palavras do presidente, que geraram uma enorme agitação na mídia, foram rejeitadas por grande parte dos jogadores e proprietários dos clubes da NFL, a liga de futebol americano, que se distanciaram enfatizando seu direito à liberdade de expressão.

Antes do início do jogo entre Eagles e Patriots, Trump emitiu um comunicado pedindo aos americanos que mostrassem espeito pela bandeira e o hino nacional.

"Nós devemos aos nossos heróis (das Forças Armadas) o maior respeito por defender a nossa liberdade e o nosso modo de vida americano", disse Trump.

Três jogadores dos Eagles rejeitam encontrar Trump após vitória no Super Bowl

O safety Malcolm Jenkins e o defensive end Chris Long afirmaram nesta segunda-feira, em diferentes entrevistas, que se juntarão ao wide receiver Torrey Smith e não irão à Casa Branca, onde o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá o Philadelphia Eagles, vencedor do Super Bowl.

A presença dos jogadores da equipe campeã da liga de futebol americano dos Estados Unidos (NFL), assim como acontece em outras modalidades, na residência oficial do chefe de governo do país é uma tradição do esporte local.

"Não irei à Casa Branca. Você está brincando?", disse Long, em entrevista à uma rádio, anunciando que repetirá o que fez na última temporada, quando foi campeão com o New England Patriots.

O encontro ainda não tem data marcada, e as perguntas a jogadores dos Eagles sobre o encontro com Trump tem se repetido. Jenkins, inclusive, garantiu que não tem qualquer mensagem a dar ao presidente.

"Pessoalmente, não pretendo ir a esse encontro", se limitou a dizer o safety, à emissora americana "CNN".

Os Eagles derrotaram os Patriots por 41 a 33, vencendo o Super Bowl, a final da NFL, pela primeira vez na história. Dias antes do jogo, Torrey Smith já havia reagido aos pedidos de Trump pela demissão de jogadores que se manifestavam em campo contra o racismo.

Não estamos protestando contra o hino, é um protesto durante o hino", disse o wide receiver, antecipando que não visitaria o presidente, se a equipe da Filadélfia vencesse a partida.