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"Esqueceram do relógio". Foi essa a reação de boa parte das pessoas pouco antes do touchdown da vitória do Kansas City Chiefs no Super Bowl LVIII contra o San Francisco 49ers, já na prorrogação.

É que Patrick Mahomes recebeu a bola com apenas cinco segundos faltando quando os rivais venciam por 22 a 19. Os Chiefs ainda tinham dois pedidos de tempo sobrando e até a possibilidade de tentar um field goal para empatar duelo. Mas por que então o quarterback e o técnico Andy Reid não pararam o relógio e decidiram "arriscar" com o relógio próximo do zero?

A resposta para isso está em uma mudança de regulamento do overtime aprovada em 2022. Desde então, as regras da NFL dão a cada equipe a oportunidade de ter a posse de bola na prorrogação. Diferente de antes, quando o primeiro touchdown decidia a partida, muitas vezes impedindo que o time adversário sequer tivesse a chance de atacar.

No Super Bowl LVIII, os 49ers tiveram a primeira posse e anotaram um field goal. Os Chiefs receberam então a bola e chegaram na chamada "redzone" para anotar um touchdown. A questão é que Mahomes tinha bem pouco tempo sobrando antes de o cronômetro zerar.

Acontece que o regulamento também diz que o time que estiver atacando após o rival que iniciou a prorrogação só "perde sua vez" caso cometa um turnover, como uma interceptação, um fumble ou um field goal perdido. Portanto, caso a equipe siga conquistando jardas, ela continua com a bola, e o relógio não se torna impeditivo a isso.

Os Chiefs, então, na verdade não tinham que se preocupar com o relógio, já que, se o tempo acabasse, a posse seguiria com a franquia, e o jogo meramente teria um breve intervalo antes que a equipe continuasse com a bola, em um procedimento similar a uma troca de quartos durante o período normal.

Por isso, a jogada do touchdown da vitória de Mahomes para Mecole Hardman se deu muito mais por estratégia do que por qualquer desespero em relação ao fim do jogo.