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Colin Kaepernick, quarterback do San Francisco 49ers que se notabilizou nesta temporada por seus protestos contra a violência contra negros nos Estados Unidos, disse que não votou nas eleições presidenciais desta terça-feira, em que Donald Trump levou a melhor sobre Hillary Clinton.

O jogador, que passou a não se levantar durante a execução do hino norte-americano antes das partidas, afirmou, inclusive, que "não prestou muita atenção" ao pleito, que teve o resultado da vitória do republicano divulgado por volta de meia-noite na Costa Oeste local.

"Estive bastante desconectado da sistemática opressão como um todo", disse Kaepernick, em conferência com a imprensa por telefone, no Arizona. "Então, para mim, (Trump) é outra cara que será a cara desse sistema de opressão", acrescentou.

"E, para mim, realmente não importava quem venceria, o sistema que oprime pessoas de cor ainda permanece intacto", acrescentou o jogador de 29 anos.

Kaepernick tem tomado posição em defesa dos negros desde a pré-temporada da NFL, quando não se levantava para o hino. Desde o início da competição, o quarterback manteu o protesto, se ajoelhando durante a cerimônia, em atitude que já foi criticada pelo próprio Trump.

"Pessoalmente, não acho uma coisa boa, acho uma coisa terrível. E, você sabe, talvez ele devesse encontrar um país que funcionasse melhor para ele. Deixe ele tentar, isso não vai acontecer", disse o então candidato a presidente, em entrevista a uma rádio de Seattle, em agosto.

A resposta do quarterback veio no mês seguinte. "É uma declaração bastante ignorante, que, se você não concorda com o que está acontecendo aqui, se você quer justiça e liberdade para todos, você deveria deixar o país. Ele diz: ‘Façam os EUA grande de novo'. Bem, os EUA nunca foram bons com pessoas negras, e isso precisa ser dito. Vamos fazer os EUA grande pela primeira vez."

A candidata democrata, Hillary Clinton, porém, também foi criticada por Kaepernick. "Para mim, é constrangedor ver que esses são nossos dois candidatos. Ambos são comprovadamente mentirosos e quase parece que eles estão tentando debater quem é menos racista. Estive falando com um amigo que disse: ‘Você tem que escolher o menos ruim, mas no fim ainda é ruim'."